Registro aconteceu durante entrega de equipamentos às forças de segurança, mas também na data que aconteceu o Golpe de 64 e o início da ditadura
Uma foto da deputada Paulinha (PDT) e dos deputados Mauricio Eskudlark (PL) e Mauro de Nadal (MDB) empunhando armas em frente à Assembleia Legislativa acabou ganhando mais repercussão do que a própria entrega de equipamentos às forças de segurança de Santa Catarina. Isso porque o fato aconteceu ontem, 31 de março, dia que marca o golpe militar de 64 e o início da ditadura no Brasil.
Naquela data, sete parlamentares catarinenses – Ado Faraco, Evilásio Caon, Genir Destri, Manoel Dias, Waldemar Sales e Stuart Wright foram cassados. Stuart Wright, inclusive, foi preso e até hoje está na lista dos desaparecidos políticos do Brasil
Nas redes sociais, amplamente criticados, os parlamentares tentaram se explicar. Do PDT, partido de centro-esquerda, Paulinha foi a mais alvejada. “Brizola deve estar se remoendo no túmulo” é um dos comentários. A parlamentar tentou explicar que estava comemorando o investimento feito na segurança pública e que não foi uma ato de defesa da ditadura.
O simbolismo do ato – repetindo, de parlamentares civis empunharem armas na Casa Legislativa de Santa Catarina – remete ao momento atual do país, que vive tempos de estremecimento democrático. A pose dos deputados tirou, inclusive, o brilho de uma ação importante da Alesc, que direcionou R$ 11 milhões em recursos para equipamentos de segurança pública.
Todo cidadão tem obrigação de conhecer a história. Para um parlamentar eleito, também é imperativo compreender contextos, cenários e gestos. Se for para posar com arma, melhor que seja com a vacina.
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