A Prefeitura de Guaramirim, por meio da Secretaria de Infraestrutura e da Águas de Guaramirim, decretou situação de emergência nesta sexta-feira (14) diante do crítico cenário de abastecimento, tratamento e distribuição de água, que se agravou ainda mais após as chuvas na tarde de ontem (13).
Desde janeiro, com o aumento das temperaturas, a cidade tem enfrentado desabastecimento frequente nos bairros devido à alta demanda, que ultrapassa a capacidade de produção da Águas de Guaramirim, administrada pela empresa EBS.
A Prefeitura adotou medidas emergenciais, como a instalação de uma bomba no R3, o reforço na busca por vazamentos (foram 17 consertos de rede apenas em fevereiro) e a ampliação da equipe responsável pela manutenção. No entanto, as medidas foram insuficientes para sanar a questão em toda cidade. Os bairros mais afetados são: Corticeira, Avaí, Amizade e Caixa D’Água.
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Conforme o secretário de Infraestrutura, Geovani Satler, o decreto visa acelerar a implementação de melhorias e a liberação de recursos, além de sensibilizar a população sobre a importância de economizar água, especialmente neste período de calor. É necessária uma redução de, pelo menos, 25% no consumo.
Entre as ações que serão adotadas, destaca-se a locação de uma estação de tratamento móvel, com capacidade de produzir 20 litros por segundo e custo mensal aproximado de R$ 80 mil. “Confirmamos com a Celesc uma nova ligação de poste trifásico próxima à Águas de Guaramirim para suprir essa demanda. A infraestrutura existente está sendo adaptada para receber a estação móvel. Em dez, quinze dias, ela deve começar a operar”, explica.
A instalação de uma segunda estação móvel em outro ponto de captação e com maior capacidade também está sendo avaliada. Outra ação importante é a ronda pelos boosters (bombas de pressurização) e obras de manutenção e melhorias, como a aquisição de tubulações e implantação de novas redes.
A Águas de Guaramirim possui capacidade para produzir 151 litros de água por segundo, enquanto a demanda atual é de 186 l/s, podendo atingir até 225 l/s durante os dias mais quentes. Segundo o especialista em saneamento básico, César Arenhardt, cerca de 50% da produção é perdida durante o processo de tratamento e distribuição, resultando em um índice de abastecimento por habitante abaixo do recomendado para áreas urbanas, que é de 150 litros por pessoa.
O especialista também pontua que o sistema da Águas de Guaramirim está obsoleto, carece de investimentos estruturantes há 15 anos e não acompanhou o crescimento populacional do município.
A Secretaria de Infraestrutura, em parceria com a Águas de Guaramirim, a Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e EBS, e com o auxílio de uma consultoria especializada, buscará soluções para o saneamento no município a curto, médio e longo prazo, ajustando o sistema à realidade populacional. Estão sendo avaliadas parcerias com o Samae e a Águas de Schroeder. A ampliação dos reservatórios e a instalação de uma ETA no R3 são alternativas consideradas.
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