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Camila estava há 10 anos tentando o registro
A segunda-feira, 26 de julho de 2021, ficou marcada na vida de Camila Gabriela Rosa. Esta foi a data em que a cozinheira autônoma, de 26 anos, conseguiu o registro de seu nome social, depois de uma caminhada que durou 10 anos.
Camila é uma mulher trans e, até então, tinha o nome masculino de batismo em seus documentos, algo que, frequentemente, lhe causava constrangimentos. “Nos atendimentos, nas filas, quando me chamavam pelo nome de batismo me sentia envergonhada, as pessoas ficavam olhando”, comenta.
Camila é usuária dos serviços prestados pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras), do bairro Ribeirão Cavalo e todo o processo para a mudança do nome foi acompanhado pela equipe do local. A unidade é a única da cidade que conta com um grupo específico que atende o público LGBTQIA+.
Segundo a coordenadora do Centro de Referência, Karina Mendes, 10 pessoas, de diferentes bairros, estão sendo acompanhadas pela equipe e recebendo todo o suporte que precisam para a garantia de seus direitos. “As maiores demandas para este público dizem respeito à mudança de nome e terapia hormonal. Nosso trabalho é auxiliar nestas questões e esperamos avançar nos atendimentos”, ressalta.
Entre os serviços prestados pelos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), estão os encaminhamentos de documentações e orientações gerais sobre os direitos dos cidadãos.
Camila recebeu sua nova certidão de nascimento, com retificação do registro civil (prenome e gênero), além o novo CPF. Com base nestes dois documentos, poderá alterar os outros. “É a garantia do respeito a identidade de gênero dela”, cita Karina.
De acordo com secretário de Assistência Social e Habitação, André de Carvalho Ferreira, é a primeira vez que uma usuária do Cras consegue avançar nesta demanda. “O auxílio prestado por nossa equipe foi fundamental para que ela conseguisse, em pouco tempo, algo que vinha tentando há anos, sem êxito. Estamos muito felizes em poder ajudar”, comenta o secretário.
