De acordo com Gilberto Ademar Duwe a ideia de repovoar os rios com peixes não é tão simples quanto parece
Um dos maiores crimes ambientais dos últimos 15 anos em Jaraguá do Sul, a morte de cerca de duas toneladas de peixes nos rios Cerro e Jaraguá, causada por um despejo químico na madrugada de 23 de agosto de 2025, ainda está sob investigação pela Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama).
Segundo o biólogo e diretor técnico da Fujama, Gilberto Ademar Duwe, a recuperação desses rios será um processo lento, que pode levar anos, devido à gravidade do dano ambiental. De acordo com Duwe, a ideia de repovoar os rios com peixes não é tão simples quanto parece.
“Muitas pessoas falam da necessidade de obrigar um repovoamento, mas o dano foi muito grave. A maioria dos peixes mortos são espécies nativas, que não são criadas comercialmente. Não dá pra simplesmente comprar alevinos e soltá-los”, explicou.
Ele destacou que espécies exóticas, como tilápia ou carpa, não podem ser introduzidas, pois causariam um impacto ambiental ainda maior. A recuperação, segundo o biólogo, depende de criar condições para que os peixes remanescentes no Rio Jaraguá, em trechos menos afetados, consigam subir o Rio Cerro naturalmente e, aos poucos, repovoar a região.
“A reparação deve focar em melhorar a qualidade da água e o ambiente dos rios para que a fauna nativa se restabeleça naturalmente”, afirmou Duwe.
Amostras de água foram coletadas e enviadas para análise laboratorial, com resultados esperados em 15 a 20 dias, para identificar a substância tóxica e os responsáveis pelo crime, que podem enfrentar multas de até R$ 50 milhões e interdição de atividades, conforme a Lei Federal 9.605/1998.A Fujama continua monitorando os rios e vistoriando empresas na região do Rio Cerro, onde a contaminação teve origem.
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