Empreendimento tem altíssima complexidade e custo
Um grupo de especialistas foi criado para estudar a viabilidade de o Brasil desenvolver seu próprio sistema de geolocalização via satélite. A medida foi oficializada no início de julho por meio de uma resolução do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, com prazo de 180 dias para apresentar um relatório.
O objetivo é avaliar os riscos de depender de sistemas internacionais como o GPS (EUA), Galileo (União Europeia), Glonass (Rússia) e BeiDou (China), que fornecem os serviços de posicionamento, navegação e tempo utilizados em diversos setores no Brasil.
A iniciativa ganhou atenção após rumores sobre uma possível suspensão do GPS norte-americano para o Brasil, algo considerado improvável, mas que reacendeu o debate sobre a autonomia tecnológica do país. Autoridades destacam que a maioria dos celulares e sistemas modernos já opera com sinais de múltiplas constelações de satélites (multiconstelação), o que minimizaria impactos imediatos.
Especialistas ouvidos, como o diretor da Agência Espacial Brasileira, Rodrigo Leonardi, e o professor da UnB, Geovany Borges, defendem que o desenvolvimento nacional nesse setor é estratégico. Ambos reconhecem que o país tem mão de obra qualificada, mas falta investimento e continuidade política para projetos de longo prazo.
Caso avance, o projeto exigirá alto investimento e o fortalecimento da indústria nacional, especialmente na área de microeletrônica. A criação do grupo técnico é vista como um passo inicial importante para garantir maior independência tecnológica ao Brasil.
Deixe seu comentário nesse post