Os vereadores consideraram que o momento exige outras prioridades orçamentárias
Na sessão desta terça-feira (21), a Câmara Municipal de Jaraguá do Sul rejeitou o Projeto de Lei 249/2025, que autorizava a abertura de crédito suplementar de R$ 469.120,00 para a aquisição de quatro veículos elétricos modelo BYD Dolphin Mini 2024/2025, destinados à Secretaria Municipal da Administração (Semad). O objetivo da proposta, segundo o Executivo, era modernizar a frota e promover uma gestão sustentável, mas os vereadores consideraram que o momento exige outras prioridades orçamentárias.
O primeiro a se manifestar foi o vereador Jaír Pedri (PSD). O parlamentar destacou que, entre a primeira e a segunda votação, recebeu cerca de 15 mensagens de munícipes pedindo que reconsiderasse seu voto. Para ele, a cidade enfrenta situações urgentes em setores essenciais, como saúde e infraestrutura, que deveriam estar à frente da compra de veículos.
Pedri reforçou que a audiência pública da Saúde, realizada no mesmo dia, escancarou a redução de horários de atendimento em postos, longas filas e carência de atendimento para crianças com deficiência.
O vereador Osmair Gadotti (MDB) também votou contra, argumentando que a compra não é oportuna. Ele lembrou que a cidade vive um momento de contenção de despesas e que o Executivo vem pedindo economia em todas as áreas. Para Gadotti, seria mais coerente os secretários municipais utilizarem seus próprios veículos, assim como fazem os vereadores, enquanto a situação financeira se estabiliza.
A vereadora Professora Natália Lucia Petry (MDB) seguiu a mesma linha, votando contra o projeto e criticando o que chamou de falta de sensibilidade do Executivo. Ela relatou ter sido procurada por servidores públicos que questionaram a proposta, especialmente em meio a cortes orçamentários de 10% em todas as secretarias.
Em seu pronunciamento, a parlamentar destacou o estado de deterioração de locais como a Arena Jaraguá e parques públicos, onde brinquedos e estruturas estão danificados.
O vereador Cani (PL) também rejeitou a proposta, afirmando que ela é “contraditória” diante do discurso de economia que vem sendo adotado pela Prefeitura. Cani citou problemas que considera prioritários, como a falta de ar-condicionado nos ônibus do transporte público e a ausência de cobertura na Escola Padre Alberto Jakobs.
O vereador Jonathan Reinke (União Brasil) reforçou que o voto contrário da maioria não é uma oposição à tecnologia elétrica, mas sim uma questão de prioridade. Ele lembrou que são os vereadores que recebem as ligações da população quando há falhas na saúde, transporte ou educação.
Na contramão da maioria, o vereador Rodrigo Livramento (Novo) votou favoravelmente à proposta. Ele defendeu o investimento em veículos elétricos como uma medida de economia a médio e longo prazo. Segundo o parlamentar, apesar de o custo inicial ser 20% a 30% maior, os veículos elétricos reduzem significativamente o gasto com combustível, podendo gerar retorno em até três anos.
O projeto foi rejeitado com 8 votos contra e dois a favor, de Livramento e Sirley Schapo (Novo).