A iniciativa busca oferecer lares temporários a crianças e jovens, para que sintam o carinho e a segurança de uma família
“Faço isso por amor, é um dom. Estou fazendo a minha parte sem esperar nada em troca”. Com essa relato a dona de casa Silvana Ribeiro Lima Máximo, contou como e porquê decidiu ingressar no programa Famílias Acolhedoras.
“Já acolhi 14 crianças e quero continuar fazendo isso enquanto eu puder. Afinal, todos precisam e merecem um lar. Eu sei que um dia eles irão embora, mas isso também acontece com nossos filhos biológicos”, enfatizou. Atualmente, ela cuida de uma jovem que é mãe de um bebê de dois anos de idade.
A adolescente disse que decidiu continuar com a família colhedora, por ter recebido o afeto e a atenção que tanto precisava. “Eu decidi não voltar para os meus pais e hoje percebo que tenho um futuro pela frente. Tenho uma mãe ao meu lado que me dá conselhos, me ajuda a crescer, coisas que eu nuca tive.”
Os depoimentos contundentes e emocionantes foram dados durante o 1º Encontro Municipal de Famílias Acolhedoras de Jaraguá do Sul, promovido pela Gerência de Alta Complexidade da Secretaria de Assistência Social e Habitação, que ocorreu na tarde de quarta-feira (10), no Parque Municipal de Eventos. A ação contou com a participação de representantes do judiciário, autoridades políticas, servidores da Assistência Social, famílias cadastradas e pessoas interessadas em conhecer melhor o programa.
A importância do acolhimento
A especialista em Assistência Social Neuza Cerutti, proferiu uma palestra sobre o tema. Ela explicou que o acolhimento familiar é uma política pública preferencial para crianças que precisam ser afastadas de seu lar de origem. Destacando que ao invés de serem levadas para instituições, elas devem ser acolhidas por famílias da comunidade cadastradas, avaliadas e acompanhadas por equipes técnicas. “Apesar de necessário em alguns casos, a institucionalização prejudica o desenvolvimento da criança, já o ambiente familiar oferece o afeto e o vínculo essenciais para a sua formação”, disse.
Uma missão de amor
O acolhimento é geralmente provisório, visando a resolução da situação da criança em até 18 meses, mas pode durar mais. Famílias acolhedoras não podem adotar a criança que acolhem, sendo o foco o fornecimento de afeto e cuidado durante o período necessário. O vice-prefeito de Jaraguá do Sul, João Pereira, elogiou o trabalho desenvolvido na cidade.
“A saída de casa nunca é a primeira opção, mas enquanto a situação não se resolve, precisamos garantir que essas crianças recebam amor e proteção. Quero parabenizar as nossas equipes pela competência técnica na condução desse programa”, destacou.
A força da comunidade
Para o promotor de Justiça da Comarca de Jaraguá do Sul Rafael Meira Luz, o programa começou como um sonho e hoje é uma realidade. “Sou testemunha do profundo conhecimento e engajamento das equipes com o dia a dia das crianças e famílias, essa é uma prova inegável de que o serviço funciona”, afirmou.
A importância do vínculo
A juíza da Vara da Infância e Adolescência Daniela Fernandes Dias Morelli, enfatizou a preocupação com a falta de vínculos familiares de alguns jovens. “Sem vínculos sadios, eles podem se tornar adultos com transtornos de conduta ou de personalidade. Isso é muito grave. Daí a importância das famílias acolhedoras, é um trabalho excepcional.”
A esperança que aquece
A Secretária de Assistência Social e Habitação, Bianca Schwartz Uber, disse presenciar um momento especial. “O Famílias Acolhedoras é de extrema relevância. Pois transforma a vida de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Ao abrirem as portas das suas casas as famílias também abrem o coração para receber e ajudar outras pessoas. Isso nos encanta e dá uma dimensão do real significado desse programa.”
Atualmente, há 17 acolhidos em 14 famílias cadastradas, outras 38 crianças e adolescentes estão nos abrigos institucionais de Jaraguá do Sul. Interessados em saber mais sobre o programa Famílias Acolhedoras podem entrar em contato com o (47) 3307-6730, ou pessoalmente na Rua Arthur Gumz, 765, no bairro Vila Nova.
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