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Este é o primeiro caso registrado no Brasil de ataque do vírus que causa morte de rãs, sapos e até mesmo peixes e répteis
Pesquisadores identificaram em Guaramirim, pela primeira vez, a infecção de espécie da fauna brasileira de anfíbios pelo vírus conhecido como ranavirus, que é letal para os girinos de várias espécies de anfíbios em todo o Mundo. A informação foi divulgada pelo Instituto Rã-bugio, já que o caso ocorreu na RPPN Santuário Rã-bugio, que é uma área protegida.
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Segundo Germano Woehl Jr, responsável pelo Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, a ocorrência de grande mortandade de girinos de perereca verde da Mata Atlântica (Phyllomedusa distincta e conhecida como filomedusa) começou a ser observada em janeiro do ano passado. Então, o ambientalista relatou o problema a pesquisadores da área que solicitaram amostras e lhe orientaram de como conservar os girinos encontrados mortos.
Os testes comprovaram a infecção por ranavirus nos girinos encontrados mortos na natureza. Os girinos da espécie atacada é Phyllomedusa distincta, espécie de perereca verde da Mata Atlântica conhecida como filomedusa, que ocorre na região Norte de Santa Catarina, Leste do Paraná até o Sul de São Paulo.
A pesquisa foi coordenada pela Prof. Dra. Karla Magalhães Campião, nos laboratórios da UFPR, pelo grupo de
pesquisadores do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná, com a participação do Prof. Dr. Luiz Felipe Toledo do Instituto de Biologia da Unicamp.
“Os girinos apresentavam hemorragias externas e inchaço, que são os sintomas da infecção por ranavirus, e levantou a suspeita dos pesquisadores que fizeram os testes e deu positivo. Esta confirmação é preocupante porque o ranavirus vem sendo apontado com uma das causas do declínio de anfíbios em várias regiões do Mundo e esta descoberta revela que uma espécie exclusiva (endêmica) da Mata Atlântica de ocorrência restrita a uma pequena área de SC, PR e SP é vulnerável ao ranavirus”, explicou Germano.
Ainda segundo o Instituto Rã-bugio, cepas do vírus permanecem na água e voltam a infectar os girinos na temporada seguinte de reprodução, como ocorreu em Guaramirim. Apesar das medidas tomadas de secar a lagoa durante dois meses, aplicar cal virgem, o ranavirus voltou a infectar os girinos na temporada deste ano. Nestas duas últimas temporadas de reprodução foram observadas altas taxas de mortalidade. Somente alguns girinos conseguiram completar o desenvolvimento.
“O ranavirus é letal para os anfíbios na fase de girino e nem todas as espécies são afetadas. É letal também para algumas espécies de répteis e peixes, como a tilápia. Alevinos de tilápia são vulneráveis ao ranavirus, o que causa grandes prejuízos para a piscicultura, podendo inviabilizar o cultivo desta espécie”, alerta o ambientalista.
